Compatibilidade de Akanthomyces sp. e Cordyceps javanica a óleo vegetal, visando a formulação de dois micoinseticidas.

Abstract

Micoinseticidas são produtos que utilizam em sua base fungos com potencial para controlar pragas de forma sustentável. Akanthomyces e Cordyceps, os fungos utilizados neste trabalho, são gêneros entomopatogênicos conhecidos, possuindo a capacidade de infectar e controlar insetos. Óleos vegetais podem ser usados na formulação de micoinseticidas, visando melhorar a viabilidade, estabilidade e eficácia do produto. Este trabalho teve como objetivo verificar a compatibilidade de dois fungos entomopatogênicos, Akanthomyces sp. (URM 8046) e Cordyceps javanica (URM 8042), com o óleo vegetal Veget’Oil, visando a formulação de dois micoinseticidas. Para realização deste trabalho, foram utilizados isolados fúngicos coletados em uma área de produção agroecológica no Assentamento Chico Mendes II, no estado de Pernambuco. Para avaliar o efeito do Veget’Oil sobre a taxa de crescimento, esporulação e viabilidade dos esporos, os fungos foram cultivados em meio de cultura Batata, ágar, dextrose (BDA) acrescido do Veget’Oil nas concentrações de 0,25%, 0,5% e 1%. No controle, os fungos foram cultivados em meio BDA sem a adição do óleo. Os experimentos foram realizados com quatro repetições de cada tratamento. Os dados de crescimento, esporulação e germinação foram submetidos ao modelo IB (Índice Biológico) para a classificação da compatibilidade. O efeito das concentrações do óleo sobre o crescimento dos fungos variou, mas para os parâmetros esporulação e viabilidade não foi observada diferença estatística entre os controles e os tratamentos, indicando que não houve inibição nem incremento desses parâmetros pelo óleo. Todas as concentrações testadas foram compatíveis com os fungos. A resposta sobre a compatibilidade entre os fungos e o Veget’Oil indica que esse óleo vegetal pode ser utilizado na formulação de micoinseticidas baseados em Akanthomyces sp. (URM 8046) e C. javanica (URM 8042), contribuindo para o desenvolvimento de estratégias eficazes e ambientalmente amigáveis para o controle de insetos-praga. Estratégias essas que visam reduzir o consumo de pesticidas químicos convencionais com o objetivo de minimizar os impactos negativos ao meio ambiente e aos seres humanos. A formulação adequada de micoinseticidas contribui para a promoção de uma agricultura mais ecológica e resiliente.